quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Saturday Night Special

Sábado de manhã. Nada como uma dose bem servida de uísque para começar o dia. Será que deve existir coisa melhor do que acordar com uma ressaca forte pela manhã e ter uma garrafa de uísque barato ao pé da cama? Óbvio que sim, quem dera fosse uma garrafa de Jack Daniel's! Rum misturado com café quente também seria um bom café da manhã. Porém, esse era meu momento de reflexão do dia: seria apenas mais um dia embriagado de merda ou um só mais um dia de merda? Era quase certo que eu ficaria sozinho em algum momento. A causa da minha desmotivação era essa: eu acabaria solitário, mais cedo ou mais tarde. Nos últimos tempos, eu não estava mais ligando tanto para companhia, pelo menos não para companhias de uma só noite. Para minha surpresa, havia uma garota com quem eu já havia saído algumas vezes, e que eu tinha um estranho e forte afeto. Queria vê-la naquele dia, mas já tinha sido avisado que ela não estaria lá para mim.
Não havia muitas expectativas  para aquele sábado cinzento, eu iria me instalar em algum boteco sujo qualquer e esperar que alguma coisa interessante acontecesse, como alguma mulher me dar oi e eu dar tchau. Me entendam, eu estava de bom-humor.
Desde a hora em que eu havia levantado de minha cama e ter sentido o vento gelado passar pela janela, eu não queria sair de casa. Na verdade, eu não sei o motivo de ter saído de casa naquele dia até hoje.
Encontrei uns poucos amigos logo quando saí de casa, o que realmente me motivou a encarar aquela noite fria. Em poucos minutos de caminhada, chegamos. O bar da cerveja mais barata da região. Parada obrigatória, devo dizer.
Não se passou muito tempo, e comecei a me sentir solitário. Olhava para o meu copo e ele era meu companheiro. Quinze minutos de solidão, até que eu vejo de longe um rosto. Um sorriso em minha direção. O sorriso que me fez sorrir. Sou daqueles que sorri mais com os olhos do que com a boca. Quando sorrio de verdade, devo dizer.
Sempre era o último a ser cumprimentado por ela, como de costume. Eu gostava desse tipo de detalhes, para falar a verdade. E lá estava eu, com a garota que eu poderia chamar de “minha” se eu tivesse o mínimo de atitude. Estranhamente, me sentia sóbrio com ela, e gostava dessa sensação. Também era estranho como com ela eu me sentia tão seguro. Era TUDO estranho. Uma sensação estranha que eu tava descobrindo, e que nunca teria sentido.
Estava desacostumado com esse tipo de coisa. Vivia bêbedo, e as vezes não conseguia dar valor a esse tipo de coisa. Ou simplesmente não conseguia sentir, por estar submerso no meu mundo embriagado.
O tempo passou rápido, e com a ajuda da música, esquecemos do tempo, e ela acabou perdendo o horário do ônibus. Era por volta das 2 horas da madrugada e lá estávamos nós no coberto, contemplando uma leve chuva que caía no asfalto. Me lembrei do uísque ao pé de minha cama. Me senti estranho. Estranho, de novo. Acabei por oficializar a minha relação com ela, naquele exato instante. Só se ouvia os pingos da chuva cair sobre o chão e sobre os carros. O olhar dela perdido em meus olhos, quase incrédula. Por fim, acabou que eu estava em um relacionamento sério.
Acabamos passando a noite juntos. Até antes daquele momento, eu achava que ela só estava comigo por falta de opção. Felizmente estara enganado.

Há dias em que eu acordo com um ótimo humor, mas na maioria das vezes eu acabei caindo, por um ou outro motivo. Mas essa foi a primeira vez que eu acordei num péssimo dia e tudo acabou ficando bem. Não esperava por isso. Não pude acordar feliz no dia seguinte, pois acabei não dormindo. Digamos que eu amanheci feliz, sendo assim.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Too stoned to care

You know you're all alone
Your friends aren't at home
Everybody's gone to the garden
As you look into the trees
You can look but you don't see
The flowers seem to tease you at the garden
Everybody's there but you don't seem to care
What's it with you man, and this garden
Turned into my worst phobia
A crazy man's utopia
If you're lost no one can show you
But it sure was glad to know you
Only poor boys take a chance
On the garden's song and dance
Feel her flowers as they wrap around
But only smart boys do without
You can find it all inside
No need to wrestle with your pride
No you ain't losing your mind
You're just in the garden
They can lead you to yourself
Or you can throw it on the shelf
But you know you can look inside
For the garden
I wasn't really scared
Lost my virginity there
To a gypsy with blond hair
But now no one seems to care
Like a mouse inside a maze
Been wandering round 4 daze
With a smile upon my face
I never wanna leave this place
Only poor boys take a chance
On the garden's song and dance
Feel her flowers as they wrap around
But only smart boys do without
Turned into my worst phobia
A crazy man's utopia
If you're lost no one can show you
But it sure was glad to know you
So long...
It's glad to know you
Aw...So long



The Garden - Guns N' Roses

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Não me lembro o dia exato, em finais de semanas os dias são bem parecidos. Sexta e Sábado passam rápido demais, mais rápido ainda quando se está bebendo.
Bar cheio, cadeiras e mesas desorganizadas e mal-cuidadas, cacos de vidro espalhados pelo chão. Já se pudia ouvir vozes roucas, devido à alta quantidade de bebida e assuntos desinteressantes que estavam sendo discutidos por lá. Nada muito fora do comum.
Não me importava de ir ao boteco sozinho. Sentava em uma cadeira em frente a um espelho, acompanhado de minha cerveja, e ficava olhando minha própria imagem, até meu rosto parecer distorcido. Me sentia como se eu estivesse conversando com outras pessoas, a cada copo que eu bebia. Via outras feições, outros olhares. Pessoas diferentes. Era quase perigoso fazer esse tipo de coisa nessas circunstâncias, estando solitário. Poderia discordar com meu ego a qualquer momento, e quem sabe o que poderia acontecer...
 Não me importava de estar sozinho. Na verdade, naquela época eu me importava mais com a minha própria presença...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

I guess somethings never change...

Mais uma vez estou tentando ser outra pessoa. 
Outra pessoa diferente de todas as pessoas pelas quais já fui e diferente de qualquer pessoa de quem já estive. 
Isso faz sentido?
Mais uma vez me perdi. 
Me perdi de onde estava, e acabei longe de onde queria estar e definitivamente longe do caminho da lucidez.
Outra vez estou me enfiando em um pedaço de lembrança que pode ser uma viagem só de ida para a insanidade que certa vez já conheci. Ou não.
Mais uma vez eu tento lembrar.
Lembrar quem eu costumava ser antes de me perder em minhas diferentes pessoas e em meus caminhos errantes.
Mais uma vez não sei quem sou.
As vezes me sinto feliz simplesmente por estar vivo.
As vezes me sinto infeliz.